Assim como as vias respiratórias, os olhos também sofrem com a queda da temperatura. Conheça algumas doenças comuns nesta estação e fique atento às dicas de prevenção!
As conjuntivites alérgicas e virais e a síndrome do olho seco são as principais doenças oculares que se intensificam na estação mais fria do ano, e seus maiores vilões são a baixa umidade do ar e, consequentemente, o clima seco. Além de provocar maior concentração de poluentes – agentes que prejudicam sensivelmente a saúde visual -, esses dois fatores também contribuem na evaporação da camada aquosa da lágrima, podendo diminuir a lubrificação natural de nossos olhos. Portanto, nesta época do ano é fundamental redobrar a atenção com a saúde visual.
Para auxiliar você nessa missão, o especialista em Córnea e Doenças da Superfície Ocular da CERPO e H.Olhos, dr. Pedro Antonio Nogueira Filho (CRM-120.753/SP), explicou à revista H.Olhos as causas, sintomas e tratamentos de três problemas característicos durante esta época do ano.
OLHO SECO EVAPORATIVO
Causa: baixa umidade relativa do ar, observada no período do inverno especialmente na região Sudeste;
Sintomas: podem variar desde hiperemia ocular (aumento da quantidade de sangue circulante em um determinado lugar, neste caso, o olho), oscilação da visão, sensação de areia nos olhos, episódios de lacrimejamento excessivo, dificuldade para abrir os olhos ao acordar e secreção ocular ao amanhecer;
Tratamento: baseado na lubrificação dos olhos por meio da prescrição de colírios lubrificantes;
Dicas: evitar ambientes hostis, como aqueles com temperaturas mais altas às custas de aquecedores e exposição ao vento. Aqueles que utilizam computadores diariamente é indicado o uso de colírios lubrificantes – sempre com prescrição médica.
CONJUNTIVITES DE CAUSA ALÉRGICA
Causa: excesso de partículas, poluentes, fuligem e alérgenos (fragmentos microscópicos que tem potencial para desencadear um quadro alérgico ocular);
Sintomas: edema pálpebral, lacrimejamento, prurido intenso, fotofobia, hiperemia ocular, secreção tipo mucóide/elástica e, nos casos mais avançados, pode ocorrer oscilação visual;
Tratamento: manter a higiene do rosto, das pálpebras e das mãos com o intuito de evitar a inoculação do alérgeno na face e nos olhos através da manipulação pelo prurido; uso de lubrificantes responsáveis por lavar a superfície ocular; e uso de antialérgicos em forma de colírio;
Dicas: no período do inverno a umidade relativa do ar cai, tornando-o mais seco. Esse quadro possibilita uma concentração maior dos poluentes, muitas vezes invisíveis aos olhos, porém, com potencial alérgico. O uso de umidificadores no ambiente de trabalho e em casa pode evitar a doença.
CONJUNTIVITES DE CAUSA VIRAL
Causa: com a baixa umidade e o excesso de detritos dispersos no ar, vírus variados passam a circular com maior frequência, aumentando o risco de contaminação;
Sintomas: podem variar desde secreção ao amanhecer (olhos grudados), edema das pálpebras e hiperemia dos olhos, até secreção hialina (transparente, clara) excessiva, além de gânglios (nódulos) palpáveis nas regiões ore-auriculares e/ou submandibulares, podendo estes serem dolorosos;
Tratamento: basicamente paliativo, se baseando no uso de sintomáticos como colírios lubrificantes e/ou antialérgicos e anti-inflatórios e uso de medicação via oral (anti-inflamatórios) de acordo com a gravidade da doença;
Dicas: a queda da temperatura predispõe o acúmulo de pessoas em ambientes fechados, o que favorece a disseminação em potencial de tais agentes infecciosos, podendo levar a uma epidemia. Para evitar tal acometimento, realize rotineiramente a lavagem das mãos e evite levá-las aos olhos e, principalmente, ter contato próximo com o rosto de outros indivíduos acometidos com conjuntivite infecciosa viral. O período de incubação pode variar de 1 até 3-4 dias, a transmissibilidade é de cerca de 10-14 dias e o período de inflamação poderá perdurar por até cerca de 30 dias.